quarta-feira, 2 de julho de 2014

DA EMBRIAGUEZ E SUA CIÊNCIA




            O vício da embriaguez na juventude acumula reservas para aumentar os acharques da velhice.
            Pois bem, partindo da premissa acima, Pranchú resolveu demover dois de seus seguidores da ideia de beber, pois eles estavam se embriagando praticamente todos os dias. Não que fossem alcoólatras contumazes, mas eram contumazes em ser alcoólatras, ainda que não ficassem embriagados todos os dias.
            Adamastor, ou simplesmente Totó, era parente de Pranchú e trabalhava como comerciante, vendia de tudo. Já Babaloo, ou simplesmente Baba, era amigo de infância do filósofo e trabalhava no atacado, um hora ele atacava de vendedor da Amway outrora como vendedor, muambeiro, engenheiro, etc. Em comum, ambos gostavam muito da caeba e demais fuleragens diárias.
            Pranchú, missionado na ideia acima, pergunta inicialmente para Totó:
            - Caro Totó, seja sincero, você gostaria de parar de beber?
            - Oxe, deixar por quê? Mestre, se eu fizer isso certamente começarei de novo. É aquela velha história: pior do que a doença é a recaída! Deixo nada!
            - E tu Baba, gostaria de parar de beber?
            - Mestre, tenho pancreatite, bursite, artrite, tendinite, bronquite, amigdalite, gastroenterite e atualmente estou com laringite e conjuntivite. É “ite” demais para uma pessoa só. Ao contrário de Totó, eu gostaria muito de parar de beber! Se isso acontecesse de fato, te garanto Mestre, eu tomaria um porre tão grande que seria capaz de morrer dele...
            E assim, na mais singela objetividade, Pranchú encerra o diálogo com um breve diagnóstico para a embriaguez moral dos dois sicofantas:
            “Enquanto o corpo estiver tomando mais cerveja do que remédios, tudo estará sadio!”

            Assim falou Pranchú!!

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