terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O SACERDÓCIO DA CERVEJA





    O mundo foi pego de surpresa com a renúncia do Papa Bento XVI, o pontífice alemão e ex-mancebo da juventude hitlerista. A dúvida foi semeada nos corações dos fiéis e até nas centúrias de Nostradamus procuraram explicações, afinal por que um cabra iria deixar um emprego bom desses, com todas as contas pagas, serviçais de todas as raças, cores e mesmo credo ? Aqui iremos contar o que realmente aconteceu.

    Bento XVI estava em mais um dia de trabalho (muitos diriam que estava apenas papando) quando lhe chegou uma leitura que há muito havia requisitado: Os Manuscritos do Mar Morto. Notara uma resistência por parte dos setores mais burocráticos da Igreja para que não lesse este documento. Queria ler a parte que fora censurada ao público e conhecida por poucos mesmo dentro da Igreja. Dizem que João Paulo Segundo não pode ler pois teria que escolher entre este e os segredos de Fátima. Bento XVI não sabia o quanto aquilo mudaria seu destino e do mundo. Pegou a xérox do manuscrito e começou sua leitura.

    E eis que um peregrino oriundo da Pranchúria, terra longínqua e de homens misteriosos, chegou ao Egito em um ano esquecido pelo próprio tempo. Por ser um homem cuja lenda antecedia seus passos fora muito bem recebido pelo próprio faraó, Ramsés III. O berço da cultura no continente africano organizou uma recepção real para o forasteiro conhecido como Pranchú, o macho. Chegou montado em um jumento com um bizaque de caçador e uma cabaça com pouca água. Um tablete de rapadura lhe serviu como refeição por meses a fio. Ao entrar no templo de Luxor o Faraó lhe deu as boas vindas e apresentou sua corte.

    Primeiro o Faraó abriu uma janela de dentro da pirâmide e uma imensidão de escravos estava torrando embaixo de um calor indescritível, parecia que o sol estava mais perto naquele dia. Pranchú olhou com respeito para toda aquela multidão que movia o império egípcio com suas construções milenares, misteriosas e que o tempo provou serem eternas. O Faraó disse:

    - Este é o chão de fábrica do nosso império. Escravos e mais escravos. Trabalham muito, de sol a sol, mas têm sua recompensa no final do dia.

    Pranchú estranhou e pensou que recompensa seria aquela mas deixou seu anfitrião prosseguir com a apresentação de sua sociedade. O Faraó bateu palmas e alguns servos apareceram para fechar a janela, ao que aproveitou para apresentá-los:

    - Estes são os serviçais que cuidam dos afazeres mais simples do império. Não estão subjugados ao trabalho forçado dos escravos mas contribuem com seus esforços para dar um gostinho a Rá , nossa mais querida divindade !

    Pranchú olhou com afeição para os serviçais que andavam estranhamente de perfil e fez um sinal com a cabeça, ao tempo que exclamou:

    - Opa !

    Quando os serviçais se retiraram e Ramsés bateu palmas novamente um grupo de camponeses entrou na ampla sala piramidal portando frutos e iguarias egípcias. O Faraó lhes apresentou:

    - Estes são os camponeses que cultivam as dádivas que a terra nos dá.

    Pranchú pegou um cacho de uva e seguiu escutando as explicações do Faraó:

    - Como todos os outros do meu reino eles também tem sua recompensa ao final do dia.

    Pranchú começou a se interessar pela tal recompensa. O Faraó caminhou para uma outra sala cheia de papiros e lhes apresentou os escribas, todos sentadinhos no chão e enchendo papiros e mais papiros com figuras. Pranchú cumprimentou o pessoal e seguiu o Faraó para uma área reservada porém espaçosa de dentro da pirâmide, de onde vinha um cheiro enebriante.

    - Aqui estão os sacerdotes que tanto trabalham na missa das 6 de todos os dias quanto na produção daquela que é a nossa alegria, o prêmio pela labuta diária à qual em meu império todos tem direito de beber: a cerveja !

    Pranchú olhou com os olhos arregalados para todos os sacerdotes compenetrados que mexiam caldeirões ferventes, de onde saiam os odores mais encantadores. O Faraó , com um gesto, pediu que uma serviçal trouxesse um copo para que Pranchú, o macho, experimentasse daquela bebida. Pranchú pegou do copo e sorveu o líquido com gosto e vontade.

    Então neste ponto do texto Bento XVI se ajeitou na sua cadeira papal para ler com atenção aquela conclusão que faria com que desistisse do seu próprio sacerdócio.

    Todos ao redor de Pranchú esticaram um pouco o pescoço para escutar o que aquele homem diria. Foi quando Pranchú arrotou em alto e bom som e disse:

    "Melhor do que uma fábrica de cerveja só uma fábrica de buceta !"

    Assim falou Pranchú !

domingo, 17 de fevereiro de 2013

IRON MAN: DO PÓ VIESTES, AO PÓ VOLTARÁS





    Desde os primórdios até hoje em dia o homem ainda bebe o que o macaco bebia. Para quem não sabe essa brincadeira de tomar cachaça começou com nossos avós: os símios. Os macaquinhos ficavam mais corajosos para enfrentar seus pares, ou mesmo outras bestas da floresta, quando comiam frutas naturalmente fermentadas. Então não pensem que este negócio de 'tomar uma pra chamar as mulheres pra dançar' foi coisa daquele seu tio escroto. Isso já vem escrito no seu DNA, mais precisamente no cromossomo 51.

    Das priscas eras pulemos aos dias atuais. Vivemos em um mundo agora longe da natureza em tempo e espaço, onde muitas frutas apenas encontramos 'em caixinha'. Tudo é sintético até mesmo as drogas que antes vinham de frutinhas esquecidas pelo chão ou de uma 'touceira de capim marvado'. Hoje o homem manipula a química para praticamente 'arrombar as portas da percepção'. É uma fumada no entorpecente da moda e o camarada já tá banguelo na sarjeta comendo merda e pedindo grana pra comprar mais. É neste contexto pós-apocalíptico (pós por estarmos em 2013 e de acordo com aquela pedrinha Maia: a 2011 chegarás , de 2012 não passarás) que os cientistas repararam em um indivíduo que já deveria ter dado o confere na pedra do IML: Ozzy Osbourne.

    Ozzy despertou a atenção da comunidade científica não apenas por estar gagá mas simplesmente por estar VIVO ! É como diz o matuto, aliás não diz, questiona: 'Como é que muléstia esse cabra tá vivo ?'. Percorrendo a biografia deste indivíduo vê-se que foram 40 anos de abuso de álcool e drogas. Dias contínuos no ritmo 'do pó viestes, ao pó voltarás'. Gargarejo matinal em garrafas de scotch e o camarada está firme e forte que nem prego no angú. Aliás a classificação 'firme e forte' é de um tom exagerado pois o homem está bem avariado porém vivo e agora nas páginas das revistas científicas. Então colocaram Ozzy no laboratório e fizeram exame de sangue, urina e de fezes (dentro do potinho Ozzy ! dentro do potinho ! No chão não !) e mapearam seu genoma. 

    Quais segredos trazem o resultado de um mapeamento tão complexo ? Se numa mesa de búzios com dez conchinhas do mar já é difícil de se interpretar algo, avalie em uma caralhada de dados cromossômicos ... Como em um pega varetas de bilhões e bilhões (como diria Carl Sagan) de palitos, pouco a pouco foi-se desfazendo o nó. E desse ninho de pentei de barrão os cientistas constataram que:

        - No cromossomo 24 havia o registro de uma noitada de Ozzy com Mick Jagger, David Bowie e Freddie Mercury nus em pêlo e tomando martini rosé.

        - No cromossomo 69 encontraram alguns penugens pubianos da Cláudia Ohana.

   Entretanto a surpresa veio no supracitado cromossomo 51: uma ligação direta com os Neandertais ! E é aí caro leitor que a cobra morde o rabo (o próprio): Ozzy é mais macaco que muito babuíno por aí ! Se Darwin estivesse vivo estaria revirando suas anotações com aquela cara barbuda pensando 'onde foi que eu errei ?'. É como se o fígado do infeliz fosse de alumínio que enferruja por cima e protege o miolo. Com o laudo dos resultados na mão os cientistas disseram para Ozzy: Keep Walking meu amigo porque de cachaça você num morre. São coisas que a ciência constata mas não explica ... 

   Apenas com as sábias palavras de Pranchú podemos ter um minuto de sabedoria e entendimento ... oremos então: 

   "Eu bebo sim , estou vivendo, tem gente que não bebe e está se fudendo" 

   Assim falou Pranchú !



segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

COMO FUDER AMIGOS E ENRABAR PESSOAS: O MARKETING DE REDE PRANCHURIANO





     Você já ouviu falar de Dale Carnegie? Não? Pois se por trás de um grande homem existe uma grande mulher, saiba que por trás de todo chato da Ervalife existe este cabra: Dale Carnegie. Vamos aos fatos e, obviamente, às elucubrações.
    Dale Carnegie foi um escritor americano que nos anos 20 escreveu o livro 'Como fazer amigos e influenciar pessoas'. Seu objetivo era fornecer um guia prático para que as pessoas pudessem se tornar, digamos, mais carismáticas. Esta é a parte do 'fazer amigos'. Algumas dicas são deveras interessantes, como por exemplo, evitar falar 'eu quero', 'eu vou', 'eu sou' pois as pessoas geralmente não veem com bons olhos aqueles que falam de si. É uma forma então de parecer mais simpático para as outras pessoas sem que elas percebam. Outra sacada é deixar as pessoas falarem, dar ouvidos e utilizar o que gostam em futuras analogias, mais ou menos como o Lula fazia ao falar de economia em parábolas futebolísticas. Como disse essa é a parte do 'fazer amigos'. Mas foi a parte do 'conquistar pessoas' que chamou a atenção daqueles que criaram o marketing de rede, ou melhor, a profissionalização do 'boca a boca'. 
     O marketing de rede é simples e sua forma rústica fez muito sucesso no Brasil nos anos 70 entre os picaretas de boa vontade que construíam as célebres Pirâmides. É como brincar de toca com dinheiro, onde os primeiros vão ganhar em cima dos que estão entrando na onda e o último da fila é que aguente a trolha! A coisa foi evoluindo e empresas fizeram deste 'modus operandi' seu 'modus enrabanti', jogando a carniça pros clientes e estes que consumam e convençam outros a consumirem também. Mas como as empresas conseguem convencer os clientes a fazerem isto? Aí é onde a cobra morde o rabo e chegamos novamente no nosso amigo(?) Dale Carnegie. Os clientes (ou divulgadores ou propagandistas ou operários da pirâmide) são convencidos a disseminar a palavra! Taí o boca a boca. Verdade seja dita: o dinheiro que seria investido em marketing é investido em melhores produtos e esta verdade entra como mantra no papo dos que vão converter corações e mentes para o consumo. Nada melhor do que uma situação hipotética para ilustrar tudo o que foi dito até aqui. Pois bem, conheçam agora a Laranjator Master: empresa líder no mercado de espremedores de laranja multiuso!
    - Aê pessoal, vamos todo mundo sentando que está na hora de falar sobre os produtos da Laranjator Master, disse o homem elegantemente vestido para fazer sua apresentação. O auditório consiste na sala da casa de um cliente e sua respectiva família e o homem está suando em bicas, tentando lembrar de tudo o que leu sobre como Mostrar o Plano:
   - Estamos aqui (ele não fala EU) para apresentar um produto revolucionário de nossa empresa, a Laranjator Master. A empresa tem 40 anos no mercado americano, vende milhõoooooes de dólares todos os anos, pois tem um sistema inovador de vendas onde você vai se tornar sócio da empresa comprando os melhores produtos.
Conversa vai, conversa vem e após algumas matemáticas obscuras onde 2 + 2 = 6, alguns da plateia já começaram a pensar em vender seus bens para investir neste modelo de negócios. Foi quando um carinha da plateia levantou o dedo e perguntou:
    - Mas vem cá meu amigo, qual é o produto mesmo? Até agora você falou que a gente vai começar a se vestir que nem pastor e sair catequizando o povo pra comprar o Laranjito aê, mas não mostrou esse danado...
    - Sim amigo (já é amigo?) você tirou a minha da boca! Estava escondendo o produto, pois a cereja do bolo fica pro final né ? -disse o apresentador piscando para a vovó que estava quase cochilando na cadeira de balanço...
   - Eis o Laranjator Master Bator! O primeiro e único espremedor de laranja multiuso do mercado !
O apresentador mostra um espremedor de laranja em formato, digamos, fálico.
    - Mas isso parece uma RÔLA! - disse o carinha da plateia.
    - Exatamente meu caro - responde o apresentador - é de fato, uma rôla! O Laranjator Master Bator é o primeiro espremedor sexual do mercado, feito de fibra de carbono e, portanto, antialérgico. Temos todas as cores cítricas.
    - Mas isso é um absurdo - comentou alguém da plateia.
    - Eu gostei - disse a vovó alisando um item disponível na mesa ...
   - O Laranjator Master Bator é um produto atual, antenado com o novo sucesso literário '50 tons de pica' (veja aqui) - disse o palestrante. - Afinal se a dona de casa vai na cozinha fazer um suco por que não bater uma siririca também?
Todos se entreolharam coçando o queixo pensando 'é .... por que não?' ....
E o que não tinha lógica passou a ter, pois o dinheiro aliena ... E nestas horas, apenas a palavra pranchuriana nos liberta: 

    'Laranja no cu dos outros é refresco !'

Assim falou Pranchú!